Principais jornais do pau00eds publicam u201cManifesto pela Vidau201d assinado por milhares de mu00e9dicos
Os principais jornais do pau00eds publicaram ontem um MANIFESTO PELA VIDA que ju00e1 conta com a assinatura de milhares (sim, MILHARES) de mu00e9dicos (devidamente identificados com os respectivos nu00fameros de inscriu00e7u00e3o nos CRMs) defendendo a intervenu00e7u00e3o precoce no tratamento da COVID-19.
Muitos desses profissionais estu00e3o diretamente envolvidos no enfrentamento u00e0 doenu00e7a.

Como em tantas questu00f5es da Medicina, nu00e3o hu00e1 consenso aqui.
Todos nu00f3s conhecemos pessoas que, apu00f3s uma consulta mu00e9dica, receberam (e seguiram) o conselho: u201cNu00e3o seria melhor ouvir uma segunda opiniu00e3o?u201d
Se isso vale para doenu00e7as conhecidas hu00e1 su00e9culos, que diru00e1 com relau00e7u00e3o a uma enfermidade surgida hu00e1 pouco mais de um ano.
Portanto, u00e9 natural que existam tambu00e9m milhares de mu00e9dicos que pensem de maneira oposta u00e0 dos profissionais que assinaram o manifesto.
Mas meu artigo nu00e3o u00e9 sobre medicina: u00e9 sobre liberdade de expressu00e3o.
Nu00e3o u00e9 espantoso que inu00fameras pessoas tenham tido suas postagens removidas de redes sociais, ou recebido advertu00eancias dessas redes, por defenderem uma opiniu00e3o sobre tratamento mu00e9dico que u00e9 compartilhada por milhares de profissionais da Medicina?
Nu00e3o u00e9 assustador que, em pleno su00e9culo XXI, pessoas defendam esse tipo de medida que, use vocu00ea ou nu00e3o a palavra CENSURA, u00e9 sem du00favida um cerceamento da liberdade de expressu00e3o?
E, por favor, nu00e3o me venham com o argumento de que a opiniu00e3o favoru00e1vel ao tratamento precoce deve ser censurada por nu00e3o ser majoritu00e1ria na comunidade cientu00edfica u201cneste momentou201d.
Houve uma u00e9poca, lu00e1 por volta de 1633, em que o u201cconsensou201d na comunidade cientu00edfica era de que a Terra nu00e3o se movia no espau00e7o: era o Sol que girava em torno de nosso planeta u201cfixou201d.
Quando a voz quase solitu00e1ria de um cientista propu00f4s uma visu00e3o diferente, os adeptos da posiu00e7u00e3o majoritu00e1ria se mobilizaram para censurar o dissidente, e conseguiram fazu00ea-lo – naquele momento.
u201cE, no entanto, ela se move.u201d
Da discussu00e3o nasce a luz. Da censura e do pensamento u00fanico, su00f3 nascem u00e0s trevas.
Em tempo: ju00e1 que eu mencionei o episu00f3dio de Galileu, vale sempre a pena lembrar que a Igreja Catu00f3lica foi a grande incentivadora (e patrocinadora) da busca do conhecimento e do desenvolvimento cientu00edfico ao longo de su00e9culos. O lamentu00e1vel episu00f3dio de Galileu (ele pru00f3prio financiado pela Igreja em suas pesquisas) deve ser visto como exceu00e7u00e3o, nu00e3o como regra (para entender melhor a questu00e3o, leiam u201cComo a Igreja Catu00f3lica Construiu a Civilizau00e7u00e3o Ocidentalu201d, do genial Thomas Woods, ou u201cA Vitu00f3ria da Razu00e3ou201d, de Rodney Stark).
Marcelo Rocha Monteiro. Procurador de Justiu00e7a no Estado do Rio de Janeiro.