Ministro Alexandre Padilha,

O Médicos Pela Vida é um grupo formado por milhares de médicos que atuaram na linha de frente da COVID-19, enfrentando a pandemia com responsabilidade e compromisso com a saúde da população. Desde o início, nossa preocupação sempre foi garantir que políticas públicas seguissem rigorosos critérios científicos e respeitassem o direito dos cidadãos. Infelizmente, sua antecessora, Nísia Trindade, transformou o Brasil em uma espécie de desova de produtos farmacêuticos rejeitados pelo mundo, e agora esperamos que o senhor corrija esse erro histórico.

O Brasil é o único país do mundo que obriga crianças a se vacinarem contra a COVID-19. Esse fato por si só já deveria causar espanto. Em qual outro tema da medicina o Brasil está isolado do resto do mundo? Como pode ser que apenas aqui essa política seja considerada necessária? Esse isolamento não tem embasamento científico e precisa ser revisto imediatamente.

Enquanto o Brasil impõe essa obrigatoriedade absurda, países como Reino Unido, Alemanha, Suécia, Dinamarca e Suíça, apenas para citar alguns exemplos de países que respeitam seus cidadãos, sequer recomendam essa vacinação perigosa para crianças saudáveis. Nesses países, a vacina só é oferecida para crianças gravemente doentes e, mesmo assim, apenas após um rigoroso exame médico individualizado, posto ser sua indicação questionável. Esses países disponibilizam, mas nenhum deles impõe, ou tornam uma exigência obrigatória.

A decisão dessas nações de não recomendar a vacinação infantil foi baseada em estudos científicos sérios e criteriosos. Um dos mais importantes foi conduzido pelo professor Vinay Prasad, da Universidade da Califórnia, e publicado no British Medical Journal. Esse estudo demonstrou que, para crianças e jovens saudáveis, os riscos da vacina – incluindo miocardite e outros efeitos adversos – superam qualquer benefício potencial. A ciência demonstrou que a vacinação obrigatória não faz sentido.

Diante dessa evidência, o ministro da Saúde da Dinamarca, Soren Brostrom, teve a coragem de admitir publicamente que os efeitos adversos da vacina contra COVID-19 foram subestimados e pediu desculpas à população. Se um ministro de um país de primeiro mundo reconhece os erros cometidos, por que o Brasil insiste em manter essa política insustentável?

Se há uma justificativa lógica para manter essa obrigação no Brasil, então ela só pode ser uma das duas hipóteses a seguir: ou o Brasil enfrenta uma versão do vírus mais grave e letal para crianças do que em qualquer outro país do mundo ou as crianças brasileiras possuem um organismo mais resistente aos efeitos colaterais das vacinas do que crianças de qualquer outro lugar do planeta. Todos sabemos que nenhuma dessas duas possibilidades está embasada em qualquer estudo científico.

A verdade é que não há justificativa de risco e benefício para essa imposição. O Brasil foi transformado por Nísia Trindade em um mercado compulsório para vacinas rejeitadas, submetendo nossas crianças a riscos desnecessários para atender aos interesses da indústria farmacêutica. 

A indicação de vacinas precisa vir acompanhada de prescrição médica, leitura da bula, conhecimento dos riscos e concordância por escrito no competente termo de consentimento livre e esclarecido. Jamais deve ser imposto contra cidadãos indefesos, dependentes dos serviços públicos ou de benefícios do estado, notadamente as nossas crianças.

O senhor, ministro Alexandre Padilha, tem a chance de reverter essa política vergonhosa e devolver credibilidade à saúde pública do país.

Médicos Pela Vida

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