Há um provérbio em inglês que diz: “o sucesso tem muitos pais, mas o fracasso é órfão”. A versão brasileira, “filho feio não tem pai”, traduz a mesma verdade incômoda: ninguém quer assumir responsabilidade por políticas que deram errado.
E foi exatamente isso que Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, fez ao declarar recentemente que a Organização “não impôs nada a ninguém durante a pandemia”, incluindo lockdowns, máscaras e vacinas obrigatórias. A afirmação, porém, é uma tentativa cínica de reescrever a história – e, indiretamente, reconhecer que o Médicos Pela Vida (MPV) e outros críticos das medidas autoritárias sempre estiveram certos.
É verdade que a OMS não tem poder jurídico para impor medidas sanitárias aos países filiados à ONU. No entanto, é inegável que a organização, uma das mais poderosas do mundo, atuou como arquiteta moral e política das obrigatoriedades. Durante toda a pandemia, a OMS emitiu recomendações que foram tratadas como dogmas por governos e midiocracia, criminalizando quem ousasse questioná-las. “Quem são vocês para criticarem a ONU?”, nos perguntaram.
Sobre máscaras, a própria OMS afirmou em seu site oficial: “usar máscara reduz a disseminação de doenças respiratórias”. Países obrigaram o uso de máscaras, inclusive ao ar livre e sem ninguém por perto, baseados nessas recomendações, gerando divisão social, prejuízos educacionais e psicológicos. Contudo, a revisão Cochrane (padrão-ouro em evidência científica), publicada em janeiro de 2023, concluiu que máscaras não têm eficácia comprovada contra a COVID-19. A OMS, no entanto, jamais revisou publicamente suas diretrizes ou pediu desculpas pelos danos causados.
Sobre lockdowns, a organização defendeu que “medidas de distanciamento físico em larga escala […] podem retardar a transmissão”. Resultado: economias destruídas, violência doméstica exponencial e um legado de desigualdade. Países que evitaram lockdowns, como Suécia, tiveram resultados similares em mortalidade, mas preservaram liberdades. A OMS, contudo, nunca admitiu que a estratégia foi um erro coletivo.
Sobre vacinas, a OMS pressionou por obrigatoriedades indiretas. Em documento de 2022, sugeriu que “a obrigatoriedade deve ser considerada após oportunidade de vacinação voluntária”. Ou seja, a vacinação deve ser obrigatória naqueles que não se vacinarem voluntariamente. Governos implementaram passaportes sanitários, demitiram profissionais não vacinados e censuraram debates sobre efeitos adversos e direitos humanos. A OMS inventou a obrigatoriedade voluntária.
Agora, Tedros alega que a organização “não quer e não busca” controle. Que conveniente. Durante anos, a OMS foi a autoridade máxima da pandemia em todos os aspectos. Foi a arquiteta do totalitarismo e da violência contra os direitos humanos em quase todos os países do mundo. Já o MPV sempre fez críticas fundamentadas em fatos, evidências científicas, ética médica, bom senso e conhecimento das atrocidades cometidas por estados totalitários no século XX. Por isso foi chamado de “negacionista”, “irresponsável”, “antivacina”, processado e difamado. – sempre com a OMS como referência moral dos acusadores.
A tentativa de lavar as mãos beira o ridículo. A OMS impôs lockdowns? Não. Mas incentivou, normalizou e validou a narrativa de que quem se opusesse era um inimigo da saúde pública. A OMS decretou obrigatoriedade de máscaras? Não. Mas forneceu justificativas pseudocientíficas para que Estados as aplicassem. A OMS obrigou ninguém a se vacinar? Não. Mas legitimou a exclusão social de quem optou pela liberdade individual.
O MPV sempre alertou: a ciência não se faz com decretos, mas com evidências cientíticas e debate livre. A revisão Cochrane sobre máscaras, os dados sobre lockdowns e a inutilidade das obrigatoriedades vacinais comprovam que a OMS errou em tudo. A OMS, ao negar seu papel nefasto na histeria coletiva, confirma que o “filho feio” das políticas pandêmicas finalmente ficou órfão.
A história os julgará não apenas pelos erros, mas pela covardia de quem se recusa a reconhecê-los. Enquanto isso, seguiremos firmes: a verdade científica não tem dono – muito menos um organismo que prefere salvar sua reputação a reparar seus equívocos. As perguntas que ficam são: a quem serviu as medidas tomadas pela OMS? Quando os responsáveis serão condenados?
A verdade é que estivemos certos o tempo todo. E a OMS, ao tentar se esquivar da responsabilidade, confirma justamente isso. E estávamos certos o tempo todo porque seguíamos a ciência, não uma agenda política ou de interesses inconfessáveis.
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