Desde a década de 1940, a fluoretação da água foi implementada como uma medida de saúde pública em vários países, incluindo o Brasil. Na época, a decisão baseava-se em evidências que sugeriam a capacidade do flúor em prevenir cáries dentárias. Contudo, à medida que novos estudos surgem, é necessário reavaliar a segurança e os efeitos desta prática amplamente difundida. Recentemente, uma análise publicada no prestigiado JAMA Pediatrics trouxe à tona preocupações sérias sobre os impactos do flúor na saúde infantil, especialmente no desenvolvimento neurológico.
Uma revisão sistemática e meta-análise conduzida por especialistas analisou 74 estudos que investigaram a relação entre a exposição ao flúor e os escores de QI em crianças. Os resultados são alarmantes: uma relação negativa significativa foi identificada entre o aumento da exposição ao flúor, medido na água e na urina, e a diminuição nos escores de QI das crianças. Cada aumento de 1 mg/L na concentração de flúor urinário resultou em uma queda média de 1,63 pontos no QI. Mesmo em concentrações inferiores a 1,5 mg/L, o impacto negativo sobre o desenvolvimento cognitivo foi observado, especialmente em estudos considerados de baixo risco de viés. A relação dose-resposta clara reforça a causalidade entre a exposição ao flúor e os efeitos neurológicos adversos.
Nos Estados Unidos, Robert Kennedy Jr., reconhecido por sua postura crítica em relação à fluoretação e outras medidas controversas de saúde pública, tem liderado um movimento para revisar profundamente essas práticas. Em uma recente postagem na plataforma X, Kennedy anunciou que, sob a administração de Donald Trump, a Casa Branca recomendará a suspensão imediata da fluoretação da água encanada no país. Sua argumentação é clara: o flúor é um resíduo industrial associado a diversas moléstias, e sua utilização em sistemas públicos de água precisa ser revisitada sob a ótica de segurança e transparência científica.
No Brasil, a fluoretação é obrigatória desde 1975, considerada um marco na prevenção de cáries. Entretanto, à luz das novas evidências, é imperativo que revisemos essa política com urgência. Nós, do MPV – Médicos pela Vida, defendemos a descontinuação da fluoretação da água no país, priorizando alternativas mais seguras e eficazes para a saúde bucal infantil, como educação alimentar e acesso a produtos de higiene dentária.
Conclamamos nossos líderes políticos a tomarem uma posição firme e baseada em evidências. É hora de reavaliar políticas, instituir comitês independentes para analisar os riscos e benefícios da fluoretação, implementar alternativas, investir em educação e soluções preventivas que não comprometam o desenvolvimento cognitivo infantil e proteger as crianças, priorizando a saúde cerebral e o futuro das próximas gerações. Assim como Kennedy está liderando essa discussão nos Estados Unidos, o Brasil deve ser pioneiro na América Latina ao revisar e, finalmente, abolir a fluoretação da água. As evidências estão claras: é hora de agir.
Fonte
Fluoride Exposure and Children’s IQ Scores: A Systematic Review and Meta-Analysis | Pediatrics