O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, está solicitando aos alunos das escolas municipais da cidade que apresentem os comprovantes de vacinação contra a COVID-19. Essas escolas abrigam estudantes a partir dos 4 anos de idade e oferecem ensino até o nível médio.

Forçar as vacinas COVID-19 em crianças é uma péssima ideia. Aqui, neste artigo, faremos um compilado de artigos já publicados na literatura científica, além de fatos noticiados no site do Médicos Pela Vida.

Conceito fundamental

A COVID-19 afeta pessoas de maneira distinta dependendo da faixa etária. Enquanto os idosos enfrentam um maior risco de complicações relacionadas à doença, as crianças apresentam um risco irrisório, a não ser que padeçam de doenças gravíssimas que já tenham comprometido em muito seu sistema imunológico.

Tendo isso em mente, o que acontece? Enquanto o risco associado às vacinas dificilmente supera o risco da doença em pessoas acima de 70 ou 80 anos ou com múltiplas comorbidades, em crianças, o risco supera, e muito, os possíveis benefícios.

Principal estudo

Um estudo recente publicado no prestigiado Journal of Medical Ethics, periódico científico de coproriedade do Institute of Medical Ethics, respeitada entidade da Grã Bretanha, e do BMJ (British Medical Journal), um dos mais conceituados periódicos médicos do mundo, fez uma análise de risco e benefício em relação aos passaportes sanitários para universitários dos EUA.

Para prevenir uma hospitalização por COVID-19 ao longo de um período de seis meses, os pesquisadores estimaram que entre 31.207 e 42.836 adultos jovens com idades entre 18 e 29 anos precisariam receber uma terceira dose da vacina mRNA. No entanto, estima-se que as inoculações mandatórias de dose de reforço para jovens adultos podem ser mais danosas: para cada hospitalização por COVID-19 prevenida, os pesquisadores esperam pelo menos 18,5 eventos adversos graves de vacinas mRNA, incluindo de 1,5 a 4,6 casos de miocardites ou pericardites associadas à dose de reforço em homens, que geralmente requerem hospitalização.

“As exigências de reforço para os universitários são antiéticas”, escreveram os autores no estudo já revisado por pares. “Os danos esperados não superam os benefícios à saúde pública, dada a eficácia modesta e transitória das vacinas contra a transmissão”, complementam.

Não reduz transmissão. O que ocorre é exatamente contrário.

Um estudo, revisado por pares e publicado recentemente no prestigiado periódico Open Forum Infectious Diseases, concluiu que quanto mais doses de vacina contra a COVID-19 forem recebidas, maiores as chances de contrair a doença, exatamente o oposto da função de uma vacina eficiente. Trata-se do fenômeno conhecido como “eficácia negativa”. As vacinas fragilizam, debilitam o sistema imunológico, vulneram, em lugar de proteger.

A pesquisa foi feita na prestigiosa Cleveland Clinic, do estado de Ohio, EUA, classificada como o segundo melhor hospital do mundo pela Newsweek. Envolveu 51.017 funcionários da instituição.

O estudo incluiu funcionários quando a vacina bivalente COVID-19 se tornou disponível. A incidência cumulativa de COVID-19 nas 26 semanas seguintes foi examinada. Os resultados foram acompanhados até 14 de março de 2023.

“Quanto maior o número de vacinas recebidas anteriormente, maior o risco de contrair COVID-19”, concluíram os cientistas.

Gráfico do estudo: Incidência cumulativa da doença de coronavírus 2019 (COVID-19) para participantes do estudo estratificada pelo número de doses da vacina COVID-19 recebidas anteriormente. O dia inicial foi 12 de setembro de 2022, data em que a vacina bivalente foi oferecida pela primeira vez aos funcionários.

Ou seja, quando são examinados os dois estudos em conjunto, além do risco de ser internado por diversos tipos graves de efeitos colaterais serem muito maiores do que o risco de ser internado pela doença, não faz sentido algum a utilização crianças, pessoas que não podem defender-se e escolher, como escudo humano para tentar conter as infecções de idosos, algo moralmente inaceitável, inadmissível.

O efeito concreto é o oposto. A vacinação de crianças aumenta os riscos de transmissão e infecção de terceiros.

Ministro da Dinamarca pediu desculpas

A Dinamarca anunciou em 22 de junho de 2022 que sua recomendação de vacinar crianças menores de 16 anos foi um erro. “As vacinas não foram predominantemente recomendadas para o bem da criança, mas para garantir o controle da pandemia”, disse Soren Brostrom, chefe do Ministério da Saúde dinamarquês. Soren também disse que ficou claro que as vacinas não eram muito eficazes na prevenção de infecções.

“As crianças também foram responsabilizadas pela saúde de seus pais e avós. Acho que isso não é razoável”, afirmou Christine Stabell Benn em depoimento para o canal de televisão TV2. Christine  é professora clínica da Universidade do Sul da Dinamarca e há bastante tempo critica a vacinação contra a COVID em crianças. “Pressão dura e injustificada sobre os pais”, acrescentou.

“Tornamo-nos mais sábios e não faríamos o mesmo hoje”, concluiu, na época, Soren.

Dinamarca não recomenda para menores de 50 anos

Desde setembro de 2022, a Dinamarca não recomenda as vacinas COVID-19 para menores de 50 anos. A análise das autoridades concluiu que os riscos superam os benefícios nessa faixa de idade.

Eles explicam que os riscos para esse grupo são baixos: “Pessoas com menos de 50 anos geralmente não correm um risco particularmente maior de adoecer gravemente por covid-19”.

Suíça desistiu das vacinas COVID-19 para todas as idades

Desde abril de 2023, a Suíça desistiu das vacinas COVID-19. Baseados em análise de risco e benefício envolvendo os dois estudos acima, o país europeu, conhecido por fazer opções baseadas em evidências, deixou de recomendar as vacinas COVID-19 para todas as idades.

De acordo com o Escritório Federal de Saúde Pública da Suíça, “nenhuma vacinação contra COVID-19 é recomendada para a primavera/verão de 2023”, inclusive para pessoas designadas como de alto risco.

Conclusão MPV

Os riscos superam os benefícios quando falamos em reduzir internações de COVID-19 em crianças e jovens. O risco de internar uma criança por grande número de efeitos colaterais graves é muito maior do que o risco de interná-las pela COVID-19. É o que a ciência diz. 

Além disso, tentar usar crianças como escudos humanos para reduzir as infecções dos adultos é antiético, imoral, e não funciona, não traz resultados concretos em benefícios.

Fontes

COVID-19 vaccine boosters for young adults: a risk benefit assessment and ethical analysis of mandate policies at universities

Effectiveness of the Coronavirus Disease 2019 Bivalent Vaccine

Canal TV2.

Danish Health Authority: Vaccination against covid-19

Coronavirus: Covid-19-Impfung


O documento da prefeitura de São Paulo.