Um estudo recente publicado no prestigiado Journal of Medical Ethics, periódico científico de coproriedade do Institute of Medical Ethics, respeitada entidade da Grã Bretanha, e do BMJ – British Medical Journal, um dos mais conceituados periódicos médicos do mundo, concluiu que a exigência de uma terceira dose da vacina contra a COVID-19 para estudantes universitários nos Estados Unidos pode causar mais danos do que benefícios.
Os autores – cientistas provenientes de importantes entidades como Kevin Bardosh, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Washington, em Seattle, EUA; Euzebiusz Jamrozik, do Centro Wellcome de Ética e Humanidades da Universidade de Oxford, no Reino Unido e Vinay Prasad, do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Universidade da Califórnia em San Francisco, EUA, entre outros – combinaram análises empíricas de risco-benefício e análises éticas para avaliar a adequação da exigência da dose de reforço nessa faixa etária.
“As exigências de reforço para os universitários são antiéticas”, escreveram os autores no estudo já revisado por pares. “Os danos esperados não superam os benefícios à saúde pública, dada a eficácia modesta e transitória das vacinas contra a transmissão”, complementam.
Dados: mais riscos que benefícios
Para prevenir uma hospitalização por COVID-19 ao longo de um período de seis meses, os pesquisadores estimaram que entre 31.207 e 42.836 adultos jovens com idades entre 18 e 29 anos precisariam receber uma terceira dose da vacina mRNA. No entanto, estima-se que as inoculações mandatórias de dose de reforço para jovens adultos podem ser mais danosas: para cada hospitalização por COVID-19 prevenida, os pesquisadores esperam pelo menos 18,5 eventos adversos graves de vacinas mRNA, incluindo de 1,5 a 4,6 casos de miocardites ou pericardites associadas à dose de reforço em homens (que geralmente requerem hospitalização).
Os autores do estudo argumentam que essas exigências de dose de reforço são antiéticas por diversas razões: elas não são baseadas em uma avaliação atualizada de risco-benefício para essa faixa etária na era ômicron; podem causar mais danos do que benefícios; violam o princípio de reciprocidade porque danos graves relacionados à vacina não são confiavelmente compensados e podem causar danos sociais mais amplos. Eles também discutem argumentos contra essa posição, incluindo esforços para aumentar a segurança nos campos universitários, mas encontraram limitações e pouco apoio científico.
Em resumo, este estudo sugere que as exigências de dose de reforço para jovens adultos universitários nos Estados Unidos podem causar mais danos do que benefícios e devem ser reconsideradas com base em evidências científicas atualizadas de risco-benefício e princípios éticos.
Ética e direitos humanos
“Os danos graves associados à vacina COVID-19 não são adequadamente compensados pelos sistemas de lesões causadas pela vacina nos EUA. Como tal, essas graves violações da liberdade individual e dos direitos humanos são eticamente injustificáveis”, escreveram os autores nas conclusões.
“Mandatos também estão associados a danos sociais mais amplos. O fato de que essas políticas foram implementadas apesar da controvérsia entre especialistas e sem atualizar a única análise pública de risco-benefício para as atuais variantes Omicron nem submeter os métodos à escrutínio público sugere uma profunda falta de transparência na tomada de decisão científica e regulatória. Essas descobertas têm implicações para mandatos em outros contextos, como escolas, empresas, sistemas de saúde e militares. Os formuladores de políticas devem revogar imediatamente os mandatos de vacina COVID-19 para jovens adultos e garantir caminhos para compensação àqueles que sofreram consequências negativas dessas políticas”, complementaram.
Falta transparência nos dados
“As agências reguladoras devem facilitar análises científicas independentes por meio de acesso aberto a dados de ensaios clínicos em nível de participante para permitir análises de risco-benefício estratificadas por risco e idade de quaisquer novas vacinas antes de emitir recomendações. Isso é necessário para começar o que será um longo processo de reconstrução da confiança na saúde pública”, exigiram os autores.
Comentário MPV
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, agiu no sentido proposto pela BMJ, na semana passada, quando sancionou a lei contra o passaporte sanitário no estado de São Paulo. Ele estava amparado nas melhores evidências científicas já produzidas sobre o assunto.
No dia seguinte da sanção, tanto a USP – Universidade de São Paulo, como a UNICAMP – Universidade de Campinas, retiraram as exigências de vacinação.
As duas universidades aceitaram, sem nenhuma argumentação contrária, porque simplesmente não possuem dados favoráveis, o que leva toda a sociedade a concluir que a coerção às inoculações experimentais era, nada mais, nada menos, que um vergonhoso autoritarismo sanitário travestido de ciência.
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